Lembranças são antiguidades que valem a pena

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Peguei aquele álbum velho
Sentei em minha cama
Numa daquelas noites de se olhar ao espelho
Se perguntando quem agora me ama
Por que a vida assim está
Mas sem chorar, com momentos de reflexão
Aproveitando o momento com a melhor intensão

Porque, talvez, a beleza da vida
Esteja nesses bons momentos
Nos quais olhamos fotos
Lembrando da felicidade oferecida
Não em um jatinho ou cobertura
Amar e desamar
Mas sim no olhar para trás
Momentos com pessoas que não vem mais
E sorrir sem nosso passado relutar

Quem sabe a questão
Seja ver que o mundo sempre está eterno
Ou caindo aos pedaços
Devemos notar, então
Que o ser humano é subalterno
De um ciclo de choros e abraços
Tapas e amassos
E como é bonito ver como são
Os momentos de olhar a fotografia
Lembrando do amor infinito
Daquele momento
E em poucas palavras negocia
O que deveria ter sido e o que não

Na verdade, todos eram
E nenhum, pois
Se aconteceram, deviam
Se acabaram, já não mais
Se olho para a foto com saudades
É de um tempo longínquo e já impossível
Dando risadas de algo inadmissível
E na época fui incapaz
De rir como gargalhei agora
Vendo como tudo o passado explora

Peguei aquele velho álbum
Sentei na cama minha
Naqueles dias nos quais Dona Zinha
Diria que o povo lá fora ficaria bebum
Porque é difícil ver a vida com sua beleza
Mais fácil vê-la com asco e aspereza
À olhar pra tantas fotos de momentos finais
Com felicidade por estes e pelos inícios
Pelas metades e tudo mais

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Ordem!

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Olá, velho mundo
Aqui quem narra é o novo poeta
Com visão para todo o absurdo
E eliminá-lo é minha meta
 
A nova poesia segue nenhuma lei
Métrica ou obrigatoriedade
E a escrevo do jeito que sei
Sem escola, só a realidade
 
Não preciso de suas academias
Cartilhas ou aulas de literatura
Bandeira e Andrades me passaram manias
E as copio na cara dura
 
Faremos sua destruição
Do mundo que conhece hoje
E daí a criação
Da Anarquia como nunca se pode
 
E Proudhon se orgulharia
Bakunin brindaria a inconfidência
Autores míticos, não velharia
E sem liderança continuaremos a dissidência
 
Rasguemos o tal “contrato social”
Escrito pelo dinheiro,  medido pelo capital
A única Vontade ouvida agora
É a dos ricos irem embora
 
Sem mais exploração!
Agora, a sociedade inacreditável
O mundo novo para admiração,
Para mais novos poetas, almejável
 
Seja realista!
Demande o impossível
Utopia é mal vista
E nunca crível
 
Mas é só abrir os olhos
O novo poeta já surgiu
Um mundo assim é incrível
Verdadeiro e chegará
Esperem olhando seus relógios

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Desenhos- As Crônicas de um Fotógrafo

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Coração tão difícil
A gente não entende muito bem…
Se até no desenho tem a dúvida
A resposta pode estar com quem?
Pra vocês é igual
Sentimento ou chama
Passa um monte, e no geral
É o 5º amor da sua vida nessa semana
Para que esse desespero
É medo de ficar só?
Deve estar já costumeiro
Enjoar quando começa a pegar pó
Sentimentos não entendo
Nem os meus ou de qualquer
Deixo o mundo continuar assim
Amo e desamo como der

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Antecipação

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Meu amigo
Deixo toda minha história pousada em teu colo
Pois vou abandoná-la durante um tempo
E preciso que dela você cuide pra mim
Preciso que minha memória seja guardada
E por alguém que conheça-a
E aceite-a

Deixo minha poesia escrita em teus pulsos
Pois sei que não irás apagá-la dali
E que levarás teus braços ao peito quando sentires minha falta
E nesse momento (e só nesse)
Sentirei a saudade sentida por ti junto à minha
E chorarei só
Escrevendo em ti mais um poema

Largo nas tuas mãos minhas lágrimas
Pois confio em ti para limpá-las do meu rosto
E quando isso acontecer
O silêncio de minha boca será compensado pelo desespero
Vindo dos olhos e nariz
E tuas mãos leves irão erguer-me novamente para continuar

Ajoelho-me aos teus pés em agradecimento
Por toda a vida que pode ser contigo
E fizemos ser
Por toda a expectativa cumprida
E pela frustrada
Pois esta frustração gerou expectativa
E nossas aventuras continuaram intactas

Olho nos teus olhos em tom de alegria
Acolhendo minha morte temporária
Largando minha vida
Para viver outra, nova
Mas olhando a tua
Pois esta é a que importa
É esta a que continuará comigo
Pois é esta a que desejo estar presente
E nunca matar

Espero então
Que, por favor
Amizade seja imortal

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Cedo demais

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Explosões são feitas, sem alarde
Seu ano novo chegou mais cedo!
Mas se quiser, posso voltar mais tarde
 
Tudo mudou?
Claro que não
O mundo girou
E na Santo Amaro, Paulista ou Consolação  
Comemoro um ano falso
E esse recado realço
 
Explosões acabam, nada mais arde
Seu ano novo acabou tão cedo…
Você não quer que eu volte mais tarde
 
Então tudo continua
Mas a festa para
Não me deixa ficar
Ainda dá na minha cara?
E em frente à moradia sua, sigo a gritar

 
Explosões voltarão, ou cedo ou tarde
Seu ano novo não voltará!
Não preciso dessa realidade
 
Não esperou essa reação
Tenta recuperar tudo na oração
Deus só ouve a arrependidos
E assim está seu coração
Como estão seus sentimentos?
Cansados, fodidos?
Tua sorte é que os meus não estão demasiado ressentidos
 
Explosões aconteceram, de impedir deixaste?
Quer que o ano novo chegue novamente
Venha atrás de mim para tal desgaste.

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Temátematica

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A inquietude de minha cabeça
Me obriga a redigir
Mas para que um bom poema cresça
Uma boa idéia deve surgir
Não consigo mais escrever algo bom
Que ao ouvir acerte o tom
As rimas não necessárias
Fazem a minha escrita quase impossível
Mas todos os poemas tiveram cesáreas
Com um fim indiscritível
Confuso como aquela nuvem
Rápida, decidida e trovosa
Tento, e toda hora vem
Uma ideia fervorosa
Mas escapar ela sempre tenta
Textos perdidos mais de cinquenta
Inspiração não acho problema
Para isso basta música, amores e caminhada
O grande xis é meu tema
Para este não acho nada
A calmaria de minha mão
Me obriga a pensar mais
Mas o bom poema sai não
O barco continha no cais
Ele navega no mar do meu universo
E nem consigo tirar dali um verso

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Provocações

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Por que não podemos ter o mar e a lua?

Na madrugada tu não se incomoda,

Sobre isso não insinua?

Ver que o lindo reflexo

É inatingível como a forma sua?

Ter ambas partes é impossível

Seria um grande risco factível

Para um suicídio plausível


Qual o motivo de ter escuro e claro?

Entendo a presença de luz

Mas cientificismo como este só merece escarro

Desmerece atenção

Não questiona também

Se a explicação somente seduz

E na verdade tudo é bizarro?

Liberta-te dessa religião

Aprisionadora por profissão

Predadora da liberdade que lhe darão


“Dê a um homem asas para voar

E, do sol, ele chegará próximo demais”

É frase dita sem questões reais

Qual o problema de se queimar?

Deixe ele tocar o horizonte

Trará visões lindas à todos

O fará de muitos modos

Mas nenhum pela sorte

De jogar dados


Sejamos realistas

Reclamemos o impossivel!

Lutemos sem vitórias previstas

Gritemos para mostrar uma melhoria visível

Pois sonhar alto é como desejar as coisas antes vistas

Seremos Ícaros e queimaremos nossas asas e o mundo

Esclareceremos a sociedade até o despresível tornar-se imundo

Sejamos todos Ismálias e suicidemos um modo de vida, da desigualdade oriundo

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